DRESSED TO KILL é o terceiro álbum do KISS e marca uma mudança de som da banda, mais limpo, em relação aos anteriores, porém isso não deve ser creditado diretamente à mudança da produção. Paul Stanley se lembra de Ace Frehley tocando em um amplificador que ele próprio havia feito, e os outros amplificadores eram pequenos Fenders e pro baixo provavelmente um Ampeg B15 , ou seja amplificadores de 15 a 20 watts de potência , que eles usavam “no talo” – o que seria isto, um corte de custos ou uma idéia louca? Neil Bogart, que não era bem um produtor, estava fumando maconha durante as sessões, e talvez não tivesse a correta percepção da realidade do que estava sendo feito ali. Havia um problema maior: com exceção de She – que era tocada nos shows ao vivo e Love Her All I Can, não havia nenhum material prévio disponível para gravação. She foi adaptada da anterior versão do Wicked Lester, e Ace fez um solo, claramente influenciado pela música Five to One (The Doors), as outras músicas foram feitas durante a gravação do álbum. A banda literalmente parava as gravações para compor, mas tudo correu muito rápido, sem grandes elaborações. Novamente a intenção do “atual produtor” era tentar capturar o som da banda ao vivo no álbum. Outra novidade que seria estendida para os próximos álbuns: O processo de gravação começa a mostrar uma diversidade em quem toca o que, e isto não é exposto na capa do álbum. Gene toca guitarra em Ladies in Waiting e Paul sola em C´mon and Love me – e nada aparece na capa – indicando créditos para toda a banda, indiferentemente de suas participações.
No último dia de gravação, Bob Gruen vem para criar um momento clássico: A fotografia para capa do álbum com os membros em ternos – alguns esquisitos – e mascarados, é tirada em uma rua próxima ao estúdio de gravação, na esquina sudoeste da Rua Vinte e Três com a Oitava Avenida.
Apesar da correria na gravação do álbum e da “pouca” produção do mesmo, há um sentimento positivo no processo, até porque a banda retorna para sua cidade e se sente muito mais confortável para fazê-lo. Em 19/03/75 o álbum é lançado, e se inicia uma onda em que a gravadora começa a inovar na embalagem ou mesmo nas qualidades das capas. Neste caso, a capa era em alto relevo, destacando o nome da banda.
Embora DRESSED TO KILL não tenha levado o KISS ao sucesso desejado, entrar entre os 40 da parada americana, foi um passo na direção correta. O pequeno sucesso de Rock and Roll All Nite, que atingiu o número 68 nas paradas de singles apontava uma confiança para o futuro.
DRESSED TO KILL é um álbum mais leve, as guitarras quase sem peso, mas tem uma bateria mais bem gravada. É um álbum mais rock and roll na essência do que os anteriores.
É um álbum curto, mas muito gostoso de ouvir, e que tem mais uniformidade de estilos do que os anteriores.
Cabe destacar que em certos países o logotipo do KISS nas capas era modificado, com os SS invertidos, de forma a não remeter ao símbolo do nazismo. DRESSED TO KILL é o primeiro onde a capa brasileira mostra este logotipo alterado, embora outros que foram distribuídos na mesma época mostravam-se com logotipo original.
Faixas:
1 - Room Service – 2:59
2 - Two Timer – 2:47
3 - Ladies in Waiting – 2:35
4 - Getaway – 2:43
5 - Rock Bottom – 3:54
6 - C´mon and Love me – 2:57
7 - Anything for my Baby – 2:35
8 - She – 4:08
9 - Love Her All I Can – 2:40
10 - Rock and Roll All Nite – 2:49
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